terça-feira, 31 de março de 2015

Às vezes

Às vezes eu sinto vontade de parar.
Parar no tempo...
Parar nas flores, parar no meio do caminho.
Respirar o vazio e atravessar a luz que me guia.

Às vezes sinto vontade de mudar
mudar de casa, mudar a rotina
Mudar o caminho...
Me entrelaçar em sentidos
Me aventurar no invisível

Às vezes eu sinto vontade de esquecer
esquecer os erros, as decepções...
e o medo.
Vislumbrar o anônimo
Me acabar em risos e borboletas no estômago.

Às vezes sinto vontade de sair
sem rumo, sem companhia,
Sem regras pra seguir
Sair do "porque isso você não pode fazer".
Sair do inventário em que puseram.

Às vezes, tudo isso é só uma fuga
do inevitável da vida.
Da incessante busca pelo ideal
Do quimérico que não existe
Dos sonhos repetidos
E de seus naufrágios.







Às vezes, é somente uma questão de ensejo.